Reflexão: Amor que Liberta

“O amor não é olhar um para o outro, mas sim olhar os dois na mesma direção.” – Antoine de Saint-Exúpery

aguia-e-falcao1

Lenda Sioux – Amor entre Touro Bravo e Nuvem Azul

Conta uma velha lenda que, uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas até a tenda do velho feiticeiro da tribo.

– Nós nos amamos e vamos nos casar, disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã… Alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos… Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

– Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada… Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte… e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, continuou o feiticeiro, deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada…

No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco. O velho pediu, que, com cuidado, as tirassem dos sacos… E viu que eram verdadeiramente formosos exemplares…

– E agora o que faremos? Perguntou o jovem. Nós as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne?

– Perguntou a jovem.

– Não!

– Disse o feiticeiro. Apanhem as aves e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro… Quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres…

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

E o velho disse:

– Jamais esqueçam o que estão vendo… Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão… Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro… Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados…

O amor, quando legítimo e verdadeiro, cria asas e quebra correntes, possibilitando o voar juntos na liberdade da confiança, do respeito e do amor mutuo.

O amor é um tesouro que quanto mais se divide mais se multiplica. O amor se expressa como sentimento que se expande, esparramando paz, alegria e harmonia. O amor é o sentimento que nos habita e move em direção a nós mesmo. O amor é arte sublime que gera as possibilidades de ser feliz e grato a vida. O amor preenche, torna inteiro o que já era completo.

Seja inteiramente livre e ame intensamente, pois o ato de amar é sublime gerador de vida em abundância.

SOMENTE O SER LIVRE e consciente É CAPAZ DE AMAR EM PLENITUDE



Cláudio Cordeiro 🐉

The Dragon and The Phoenix History…

A lenda da Phoenix e o Dragon – O encontro do Yin e do Yang.

… E a Phoenix mais uma vez ressuscitou de suas cinzas e continuou sua vida imortal…

Um dia a Phoenix se deparou com uma caverna, um local de grande concentração energética, ideal para construir-se uma morada. Esse local era conhecido como a Cova do Dragon – um local onde se encontrava o sopro do renascimento, onde a força criativa e o receptivo circulavam intensamente tornando este um lugar propício a transformação do ser – habitado por um poderoso e sábio Dragon que se dizia em extinção sendo o último de sua espécie.

A Phoenix compadecida dele entregou-lhe o que de mais importante e intenso possuía… o AMOR.

Quando o Dragon em toda sua majestade falava de sua vida a Phoenix se extasiava.

Determinado dia, em que o brilho do sol não adentrou o íntimo da cova, a Phoenix começou a gemer, prevendo a sua morte, e antes que começasse a construir a sua pira de canela, sálvia e mirra, uma espécie de leito de morte, o seu ninho mortal, para que ela pudesse queimar e ressurgir das cinzas, o Dragon deu-lhe metade de seu coração para que tivesse mais vida. Assim o fez porque havia se apaixonado pela sinceridade da Phoenix em aprender com vossa sabedoria, mas em toda sua sabedoria o Dragon não conhecia o poder imortal que ela possuía.

E a Phoenix morreu… E o Dragon morreu também…

A Phoenix mais uma vez ressuscitou de suas cinzas e como magia e encanto o Dragon também ressuscitou. Diz a lenda que com a sabedoria do Dragon e a experiência da Phoenix eles já não mais habitavam corpos de ave e Dragon, porque o amor que sentiam era tão intenso, tão verdadeiro e profundo que encontraram uma forma de se igualarem em semelhança e procriarem… Jamais saberemos quem – o Dragon ou a Phoenix imortal – empreendeu uma viagem magnífica até os confins do Universo para buscar a fórmula que permitisse a esse amor procriar. E assim, mesmo em corpos diferentes ainda são Phoenix e Dragon representando o encontro do Yin e do Yang, onde se resumem todos os princípios do mundo, na busca da preservação da vida e a transformação do espírito.


“O Dragon representa “o espírito do caminho” que traz a mudança eterna. Assim como a Phoenix, na verdade, que renasce eternamente de suas cinzas. Quando retratada com o Dragon como um símbolo do imperador, a Phoenix se torna inteiramente feminina como a Imperatriz e, juntos, eles representam os dois aspectos do poder imperial. O aspecto feminino (huang), denota beleza, delicadeza de sentimentos e paz. Ele também é um símbolo nupcial significando “comunhão inseparáveis.” Isso não é só para o casal, mas para o yin-yang que completa interdependência mútua no universo em termos de dualidade”.


Cláudio Cordeiro 🐉