Reflexão: Indiferença

indiferença

A indiferença chega a um relacionamento amoroso de forma suave, mas implacável. É um silêncio amargo onde habita a incerteza, a nostalgia do que antes era cotidiano e cúmplice e que agora faz falta. Porque o contrário do amor não é o ódio, e sim esse sentimento capaz de nos quebrar em mil fragmentos chamado de indiferença.

Os relacionamentos “morrem” por muitas razões; sabemos disso e não há dúvida de que todas implicam uma grande carga de sofrimento para a qual ninguém está preparado. Contudo, poderíamos dizer que é precisamente esse vazio, essa atitude passiva e fria da outra pessoa com relação a nós mesmos o que costuma criar mais desespero e ansiedade.

O amor costuma ter três inimigos: a indiferença, que nos tira o ânimo pouco a pouco, a indecisão que nos impede de avançar, e a frustração que acaba com tudo em um segundo.

Cada um de nós pode reagir de uma forma diante a uma rejeição ou uma traição, mas… Como enfrentar o vazio emocional da indiferença? Não é fácil, por isso sempre procuramos encontrar uma razão, um porquê desse distanciamento afetivo, embora na verdade nem sempre exista um motivo para o fim do amor. Ele se sufoca como um sol crepuscular que fica sem vitalidade…

O casal, como todo ser vivo que precisa de alimento vital, precisa reforçar a sua estrutura, o seu relacionamento. Tudo isso por meio desses rituais cotidianos cheios de cumplicidade, nos quais se encontram os gestos que nos conectam, as palavras que nos levantam, as carícias que nos reconhecem e espaços comuns habitados por uma proximidade física e emocional necessária.

Agora, às vezes, quase sem saber por quê, fazemos uso do silêncio ou da não intervenção delegando ao outro para que o faça, diga ou aja. Começamos a dar por certos os sentimentos e inclusive as respostas a perguntas que já não mais fazemos. Pouco a pouco as pequenas coisas passam a ter prioridade e os aspectos principais ficam descuidados.

Se vamos falar de um especialista em relacionamentos amorosos, é quase inevitável não falar de John Gottman e a sua teoria dos “4 cavaleiros do apocalipse” sobre as razões que levam o relacionamento para o abismo do distanciamento.

Você não vai estranhar saber que entre estes pilares, além das críticas, o desprezo e a atitude defensiva, está também “a indiferença”, essa conduta evasiva que olha para o outro lado e que cria grandes abismos de incertezas. Tudo isso, todo esse vazio emocional e frieza afetiva gera sérias consequências que devemos conhecer.

  • O amor entre duas pessoas precisa da segurança de certos afetos e certos costumes com os quais sustentar o próprio vínculo.
  • Quando nossas expectativas sobre esse vínculo deixam de ser atingidas, aparecerão a incerteza e a inquietude. Duas dimensões frente as quais o cérebro irá reagir com estresse e ansiedade emocional.
  • Quando deixamos de receber essa retroalimentação emocional, esse intercâmbio sutil e perfeito onde as respostas do outro nos reafirmam e fortalecem, ficamos “paralisados”. Nos mantemos à espera, aguardando que a situação mude, uma coisa tão desgastante quanto destrutiva.
  • Se cometemos o erro de interpretar a indiferença como uma coisa que “nós mesmos provocamos”, perdemos ainda mais o controle da situação. A autoestima cai e chegamos a uma estado de impotência muito perigoso.

Um relacionamento amoroso se mantém sempre e quando existir satisfação pessoal ao mesmo tempo que reciprocidade. Se nos sentimos bem, seremos capazes de investir no outro porque damos o mesmo que recebemos. No momento em que esse círculo harmonioso de reciprocidade se quebra, afeta imediatamente a qualidade do compromisso, a paixão e a intimidade. Basta que um seja indiferente para causar o sofrimento. De nada vale esperar que as coisas melhorem, de nada serve criar falsas esperanças. É preciso agir.

Às vezes basta fazer pequenas mudanças, chegar a acordos para quebrar a rotina na qual caem os relacionamentos de vez em quando. Qualquer esforço para salvar o relacionamento é válido. Contudo, se formos plenamente conscientes de que não existe amor ou de que essa situação traz mais sofrimento do que felicidade, será preciso colocar distância.

Não vale a pena ser cativo do desamor, dos sonhos abandonados de dois estranhos que deram de tudo e que no fim das contas esse tudo deu em nada. A indiferença dói e nos tira do rumo, mas o tempo a cura sempre e quando formos corajosos para nos afastarmos quando ela chegar, quando ainda formos capazes de lembrar que precisamos cuidar de nós mesmos.



Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: Amor que Liberta

“O amor não é olhar um para o outro, mas sim olhar os dois na mesma direção.” – Antoine de Saint-Exúpery

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Lenda Sioux – Amor entre Touro Bravo e Nuvem Azul

Conta uma velha lenda que, uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas até a tenda do velho feiticeiro da tribo.

– Nós nos amamos e vamos nos casar, disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã… Alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos… Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

– Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada… Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte… e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, continuou o feiticeiro, deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada…

No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco. O velho pediu, que, com cuidado, as tirassem dos sacos… E viu que eram verdadeiramente formosos exemplares…

– E agora o que faremos? Perguntou o jovem. Nós as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne?

– Perguntou a jovem.

– Não!

– Disse o feiticeiro. Apanhem as aves e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro… Quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres…

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

E o velho disse:

– Jamais esqueçam o que estão vendo… Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão… Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro… Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados…

O amor, quando legítimo e verdadeiro, cria asas e quebra correntes, possibilitando o voar juntos na liberdade da confiança, do respeito e do amor mutuo.

O amor é um tesouro que quanto mais se divide mais se multiplica. O amor se expressa como sentimento que se expande, esparramando paz, alegria e harmonia. O amor é o sentimento que nos habita e move em direção a nós mesmo. O amor é arte sublime que gera as possibilidades de ser feliz e grato a vida. O amor preenche, torna inteiro o que já era completo.

Seja inteiramente livre e ame intensamente, pois o ato de amar é sublime gerador de vida em abundância.

SOMENTE O SER LIVRE e consciente É CAPAZ DE AMAR EM PLENITUDE



Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: E a Vida…

“As páginas do livro da vida podem ser escritas, coloridas, rasgadas, amassadas, picotadas… A escolha do que fazer, do como fazer, e porque fazer e se fazer, pertencem a cada um.” – Dragon 🐉

A vida é uma dádiva de alegria, que devemos receber com entusiasmo e auto-realização.

A vida está na expressão do eu interior. Sem a expressão de nossa essência, do que realmente somos, com medo do olhar que nos circunda, receando os tropeços, nos tornamos uma sombra em meio a floresta escura da noite, sem alegria, e vivendo uma vida vazia, sem intensidade.

A vida é um grande livro que deve ser escrito com as tintas da sinceridade, da lealdade, do amor, da harmonia, da gratidão e do prazer, ainda que sabedores da imperfeição que nos acomete em diversos momentos, provocando decepções, mágoas e rancores. Precisamos assumir nossa responsabilidade perante a vida e as pessoas. Assumir que somos, em nossa essência, imperfeitos é assumir a possibilidade de tropeçarmos, embolando os passos durante a caminhada. O tropeço, o embolar dos passos é a lição do momento. Assim, a vida nos convida ao entendimento, ao aprendizado e, consequentemente, ao encontro de nossa essência, estimulando-nos à conquista de novos níveis de paz e felicidade.

A vida, como vento, segue uma estrada própria e cabe a nós descobrirmos como caminhar – sem tortura, cansaço, e desperdício de vida – em uma direção que favoreça o suave esvoaçar dos cabelos, dando a verdadeira sensação de florescer, reflorestar, de certeza e continuidade… Há caminhos que nos são impostos pelo vento e, na nossa maleabilidade, conseguimos nos adaptar e continuar na estrada. Mas naquilo que só cabe a nós, é de nossa vontade virar a cabeça mudar a direção e nos guiar rumo ao que desejamos. No fim, a vida pode ser suave na conjunção do esvoaçar gostoso do vento e a deliciosa sensação de ter liberdade para escolher, basta que saibamos enxergar como promover essa dança, essa suave dança, que envolve a nossa existência e nossos desejos.

A vida é um poema de beleza infinita, cujos versos são constituídos de propostas de luz, escritas na partitura da Natureza, que lhe exalta a presença em toda parte. Em consequência, a oportunidade de vivermos intensamente, plenamente constitui uma sinfonia a parte de encantamento e conquistas, mediante cuja aprendizagem vamos nos aperfeiçoando e alcançamos os paramos da realidade. Para se viver intensamente é preciso ser o mais fundo de si. Viver o mais intimo de si é estar pleno, intenso e inteiro. É se colocar em cada gesto, em cada expressão ou anseio. Se existe um compromisso ao qual nós devemos nos entregar de corpo e alma este é o compromisso de sermos o que somos.

A alegria, pois, de viver, deve ser parte ativa da busca de nossa essência, de quem somos. Um fruir de toda magia existente no painel Universal, retirando as maravilhosas concessões de completude que pairam ao alcance de todo aquele que deseja elevar-se, livre de tormentos e de amarras com o passado.

A vida é uma floresta infinita, e invariavelmente, ao desbrava-la, nos apresentamos tristes, ansiosos, violentos, com medo, assinalados pelas imperfeições morais e traumas que carregamos das atitudes e ações transatas, dos compromissos mal vivenciados, das realizações desastrosas, transferindo de um para outro momento a oportunidade de alcançarmos a clareira iluminada pela paz, alegria e amor. Para tanto bastaria optarmos, nas soluções das dificuldades e desavenças, pelo caminho de “dentro para fora”, a contributo de esforço bem direcionado. Em todo lugar há sol, vida e harmonia convidando à paz e à participação em um desbravar com passos equilibrados na floresta da felicidade.

Cabe a nós escolhermos se queremos viver sendo o protagonista da nossa vida ou observá-la como um espectador. A primeira opção vai nos aproximar do amor, da vida, a segunda do papel de vítimas. Depende de nós. Todas e cada uma das nossas decisões deixam marcas que vão construindo o caminho. Não é possível viver o detalhe da vida e seus momentos rasamente, se é para ser, tem que ser na profundidade do próprio sentimento e da presença que cultiva e aduba a vida.



Cláudio Cordeiro🐉

Reflexões: A Flor de Lótus

“As pessoas mais belas com as quais tive a oportunidade de me encontrar são aquelas que conheceram a derrota, conheceram o sofrimento, conheceram a luta, conheceram a perda e encontraram o seu jeito de sair das profundezas.” – Elisabeth Kübler-Ross

Passeando por seu imenso jardim, Dragon parou defronte pequeno lago, onde semeará inúmeras sementes. Eram sementes da Flor de Lótus. Enquanto observava o desabrochar de tão bela flor, seu pensamento embarcou em profundas reflexões sobre o simbolismo desta encantadora criação divina.

A flor de lótus implica uma metáfora esplendorosa de como existem pessoas capazes de dobrar a dor e desdobrá-la posteriormente em forma de serenidade, autocontrole e persistência, representando o poder da resistência psicológica como capacidade para transformar a adversidade em potencialidade libertadora. Ou seja, resiliência, a essência da personalidade resistente. A resiliência é definida como a capacidade dos indivíduos de superar períodos de dor emocional e grandes adversidades.

Há pessoas que são caracterizadas pela sua grande capacidade de resiliência. São precisamente aquelas que têm como arma sua capacidade de se manter à tona diante das dificuldades, e encaram a dificuldade como aprendizado. As pessoas resilientes sabem que a imunidade ao sofrimento é impossível e compreendem que as tempestades que tornam nossos dias mais obscuros também são oportunidades para se superar. Elas se enchem de valor e continuam tendo como caminho prosseguir para crescer, apesar das adversidades. Elas envergam, mas não quebram. Todos temos as nossas próprias batalhas com as quais lidar e os nossos próprios recursos para enfrentá-las de uma forma ou de outra, temos apenas que descobri-los.

De acordo com Zongjing Lu, um clássico da filosofia confuciana, somos incapazes de encarar nossos verdadeiros sentimentos. Entretanto, nosso coração é como a flor de lótus. Quando o cultivamos, nos iluminamos e nossa alma se agiganta diante da vida. À noite, as pétalas da flor se fecham e ela submerge na água. Ao amanhecer, ela se levanta das profundezas escuras e ressurge à superfície, onde abre suas pétalas novamente. A noite escura antecede o dia com a promessa de um novo despertar após o recolhimento necessário. Da mesma forma podemos inferir que as dores que nos fazem submergir em tristezas profundas trazem o fundamento para o reerguimento à superfície. A luz libertadora está sempre à nossa espera, apenas aguardando que abramos nossos braços para então receber sua lucidez. As luminosas pétalas da flor de lótus têm o dom de se “auto limpar”, isto é, elas se purificam de todas as impurezas próprias do ambiente de onde emergiram para florescerem límpidas, mantendo o perfume que adoça o ambiente.

A flor de lótus simboliza o renascimento, o crescimento espiritual e a pureza do coração e da mente. O seu significado começa em suas raízes – literalmente! Suas raízes estão fundamentadas em meio à lama e ao lodo de lagoas e lagos. O lótus vai subindo à superfície para florescer com notável beleza. O simbolismo está especialmente na capacidade de enfrentar a escuridão e florescer tão limpa, tão bonita e tão especial para tantas pessoas. Simbolizando a alma que ressurge da lama e se ilumina na luz do amor, nos ensinando que é possível vivenciar as experiências da escuridão, na estrada da vida, sem nos contaminarmos com o lodo.

Um conhecido ditado oriental diz que: “A flor de lótus cresce apenas no pântano e nunca nas montanhas“, significando que para alcançar esse estado de elevação, é necessário praticar bons atos, ter atitudes responsáveis em meio ao caos momentâneo. É como o caminho do autodesenvolvimento que a cada um compete e pelo qual cada um é responsável. Que possamos aprender com a flor de lótus, nos mantendo límpidos e humanos para enxergar o que importa. E o que importa verdadeiramente na vida é ser justo mesmo na lama. Amar as pessoas não é o único dever que temos. Só quem é capaz de se amar pode amar os outros de verdade. A flor de lótus floresce na lama, mas podem limpar seus arredores. E suas folhas têm o poder de se sacudir e remover a água turva. Não sobram vestígios de sujeira nelas. Tal qual a flor de lótus que se mantém virtuosa, límpida apesar do ambiente sujo, nós também podemos nos mantermos fortes e virtuosos nas inúmeras vezes que somos envolvidos na “lama suja” dos que nos circundam.

Podemos aprender, com o simbolismo desta encantadora flor a sermos capazes de superar as adversidades que surgem pelo caminho da vida, não ficando retido a ambientes e experiências melancólicas ou sombrias, capazes de superar as tendências imperfeitas de nossa personalidade, e transformá-las para se integrarem como forças positivas no magnifico ressurgimento para a vida… límpido, perfumando o ambiente no qual florescemos.


"No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração." - Rabindranath Tagore


Cláudio Cordeiro – Dragon 🐉

Reflexão: Palavras!

“Que a gentileza seja a faísca que acende o sol da alma, iluminando e movimentando os pensamentos, palavras e atitudes na fogueira do dia.” -The Dragon 🐉

As palavras são tão poderosas e por muitas vezes tão pequenas, “insuficientes”, não é? 

Em uma simples palavra pode estar o mundo, a vida, os sonhos de alguém…

Em uma pequena palavra pode estar o fim do mundo, da vida, dos sonhos de outro alguém…

Interessante é que não nos apercebemos que, uma palavra, pode acabar com um dia, com uma decisão, com um sentimento, com uma história… ou pode dar força, paz, esperança…amor!

Observe!!! Nós conseguimos esquecer, com facilidade, fatos, lugares, roupas, épocas até pessoas, mas as palavras… permanecem em nossa alma a queimar cada fluído de vida e sonhos.

São tão contraditórios, tão imensuráveis os efeitos e sentidos que a palavra podem adquirir, dependendo de como a escutamos ou falamos. Precisamos aprender a ouvir, mas também a expressar (falar), ou seja, como – com qual intenção –  a “usamos” é a “chave”, é a questão! A diferença!  A bênção ou maldição.

Olhar com “olhos do coração” e enxergar além do próprio olhar… Ouvir com “ouvidos do coração” e escutar além das palavras… – Dragon 🐉

Nós já usamos (inúmeras vezes) palavras ruins e boas, e já sentimos de volta o impacto delas. E sabemos que só o tempo pode nos trazer a maturidade necessária para utilizá-las no tempo certo e interpretá-las sem o impositivo do “EU”. E até lá, vamos passar por difíceis e árduas tarefas de aprender a usar as palavras boas, e de lutar bravamente com nossa consciência para esquecer as ruins que já nos disseram ou falamos.

E, com conhecimento de causa, lhes digo que o mais difícil é esquecer… como é ruim. Algumas vezes elas entram dentro de nós e fixam como tatuagens na pele, não saem por nada, elas chegam a mudar quem somos e como vemos o mundo, tiram de nós o brilho de muitos sentimentos puros, nos tornamos uma versão de nós mesmos desgastada e mais rude, grosseira…

Nós estamos repletos de buracos feitos pelos tiros de precisão realizados por elas… as “fatídicas”. Então! O mundo ao nosso redor nos quer de volta, aquele que éramos! Os sentimentos e demonstrações que costumávamos ter! Difícil não! O engraçado é que por muitas vezes as mesmas pessoas que nos “apedrejaram” serão as que vão exigir de nós o melhor… exigir a melhor parte, a brandura na reação, as melhores palavras, o melhor “amor”.

Como somos contraditórios!

Façamos essa análise: quantas pessoas já “apedrejamos” com nossas palavras? Pessoas que amamos muito, ou desejamos amar. E ficaremos nos perguntando quão desnecessário é essa vida que levamos, tiramos, roubamos, extinguimos com nossas pobres e rudes palavras.

Como pode ser diferente?

E tudo está em pequenas palavras, ditas e não ditas, boas e ruins… que podemos dizer mais ou nunca dizer…

Mais… amo você.

Mais… me desculpe.

Mais… como você está?

Mais… vai ficar tudo bem.

Mais… você consegue.

Mais… estou com você!

O menos não precisa ser nem dito… melhor né…



Cláudio Cordeiro 🐉

Momento: Insensatez

“De repente a máscara cai, o rei se revela um plebeu; a bela dançarina uma velha desdentada; o virtuoso guerreiro um franzino menino. – Erasmo” 

O que é a vida senão um grande teatro ao ar livre? Quiçá uma pura ilusão? Onde o jovem retira a máscara e revela ser um velho; onde o rei revela-se um plebeu; o homem, uma mulher. A vida é uma comédia, nada mais do que isto. Iludimo-nos, esperamos, saciamo-nos, e tudo é vão, tudo é ilusão, mentira, uma sombra ou um sopro. Fazendo de Deus um mero espectador da vida, fizemos de nós mesmos os bêbados que caminham abraçados na beira do abismo da desilusão.

Inúmeros vivem e desfrutam a miséria existente entre a ilusão e a estupidez. A mistura perfeita dos mais insanos perfumes que a alma humana poderia sentir exalar; a mais perfeita caricatura, a mais linda máscara que acolhem e vestem na mais pura demonstração de insensatez que os leva para o caminho por onde querem andar: o vazio da alma. 

Enquanto o duro conhecer, seja a si mesmo ou a verdade libertadora, que como disse Salomão, traz tristeza, aborrecimento, o viver por aparências traz uma sensação ilusória de liberdade no prazer. Aqueles que iludem a si e aos outros falam da janela de suas casas, falam da janela onde a cortina esconde a parede; mas quem está sentado no sofá consegue observar muito bem o “cubículo de Raskolnikov onde achar que é, e não ser o que pensa ser, ou talvez por achar que é o que é, não ousa pensar que talvez seja aquilo que diz ser. – do Livro Crime e Castigo de Dostoiévski”

E assim talvez compreendam a mísera insignificância de um momento ilusório, no “quarto da solidão acompanhada”, na “sala repleta de um vazio intenso de sentimentos”. Até lá tudo que resta é viverem na miséria que existe entre a ilusão e a estupidez – a insensatez.

E talvez seja a insensatez que nos faz trilhar caminhos, árduos e inimagináveis, em busca do compreender… então, no raiar da madrugada, partimos em uma jornada enfurecida, enlouquecida em busca de respostas. Viramos inúmeras páginas, no livro da vida, caminhos escuros do exibicionismo, prazer, loucuras do ego em devaneio. Encontramos as respostas, , exibidas pela miséria da pequenez humana. E no fim a frustação, regada por inúmeros pensamentos e lágrimas emboladas a uma sensação de alívio e desconforto, pois descobrimos que as respostas já existiam dentro de nós.

E o interessante é que… o que tanto se busca, perde completamente o sentido, quando se acha, diante da insensatez observada. A vulgaridade das atitudes, descortina a imagem construída, quebra a magia do olhar de admiração e desejo, expondo a realidade do duro conhecer.

Compreender, entender e seguir. Tento à minha maneira. Como?

Os esquimós não usam palavras para expressar excelência. Não existe uma baleia excelente, nem um urso polar excelente. O mesmo vale para nós, míseros andarilhos em busca de si mesmo, expositores das sombras que habitam a alma. Ninguém é … perfeito. Como ensina Carl Rogers… “Cada pessoa é uma ilha em si mesma, em um sentido muito real, e só pode construir pontes em direção a outras ilhas se efetivamente desejar ser ele mesmo…”

A madrugada adentra o amanhecer, busco as estrelas cintilantes, encontro a beleza do sol a encantar os sonhos, que viajam no expresso do pensamento, pelo espaço vazio onde floresciam as fantasias… E nesse espaço que se abre – na interioridade de minha alma, e somente nela – que me sinto livre para despir de qualquer subterfúgio que utilizo para encarar as banalidades e dores do encontro. Aliás, neste momento as próprias trivialidades mudam de sentido, porque tudo que faço, por mais simples que seja, revela as bases sólidas do meu ser, do meu amor. Existe liberdade para ser e sensibilidade para sentir o que sou, porque sou e essencialmente quem sou.

E, desse modo, encontro no refúgio da intimidade de m’alma, um momento único e compreendo que só é possível estar e sentir verdadeiramente alguém, quando permitimos ser inteiros e que o outro seja o nosso eu completo, sem fugas, mentiras, enganos, medos ou restrições. Com todas as loucuras, esquisitices e sonhos, já que sem eles somos tão somente a penumbra da vida.

Assim, não vale a pena, se esconder em padrões para agradar quem não aprecia as nossas peculiaridades, pois isso traria mais vazio ao buraco que se abriu com o duro conhecer. É necessário estar desperto para ouvir aqueles que entendem das melodias da alma, já que são nestas que as nossas estranhezas mostram o seu encanto. Precisamos de pessoas que saibam interpretá-las…



Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: Sempre Inteiro

“E eu tenho esta vida que é toda minha. Absolutamente sob minha responsabilidade. E quando eu erro, às vezes, acabo acertando. Às vezes, termino arrependida. Mas eu tento, sempre tento. E avanço mesmo quando isto significa dar uma pausa e esperar. O tempo certo é o tempo do tempo mesmo. O que é melhor nem sempre é o que se anseia avidamente. Felicidade é uma bestagem dessas: matar saudade, matar a fome com aquilo que se tem vontade, perder o medo, conquistar um amigo, encontrar um amor, mas estar totalmente inteiro no lugar que se escolheu. E querer bem: a si, ao Outro, ao Mundo… Um bem-querer que inunda tudo. E sossegar nossas paixões para, quando tivermos de lançar mão delas, nos mover com voracidade em direção àquilo que se quer, porque é justo e merecido.”- Marla de Queiroz

A Terra, pequeno ponto azul na imensidão do Universo, é uma grande escola – para o eterno aprendizado -, um fabuloso teatro – para a grande apresentação -, uma incrível orquestra – para a sublime sinfonia -,  e nós somos os aprendizes, os artistas e os músicos que através da “Majestosa Vida” temos a oportunidade de compartilhar a inteireza do ser no encontro do amor.

Para que nossas relações, sejam quais forem, possam florescer no jardim do coração, encantar o coração com amor, precisamos nos fazer inteiros, nos compreender inteiros, mesmo que repletos de cicatrizes na alma e medos intensos no coração.

Para termos um relacionamento solidificado no amor, precisamos edificar primeiramente o amor em nós mesmos, sendo inteiro no amar, caso contrário seremos apenas sombras no amor do outro.

Para construirmos um relacionamento feliz, necessitamos ser felizes sozinhos em primeiro plano, caso contrário seremos apenas sombras na felicidade alheia.

Uma relação não é feita de metades. Quando somos metades, não conseguimos saber qual a diferença entre amor e paixão, amor e desejo, amor e amizade, amor e interesse. Mas, quando somos inteiros a paixão se transforma em amor, o desejo se perde no amor, a amizade consolida o amor e o interesse se esvai para o amar sem limites.

Simples assim! Metade… é apenas metade de si mesmo. Metade… é apenas sombra no relacionamento.

Somos seres inteiros e precisamos encontrar outros seres inteiros para que possamos viver uma relação plena, extasiante em todos os sentidos.

Um relacionamento que envolve seres completos – na busca da plenitude pessoal – , há uma vibração positiva, uma interação harmoniosa em todos os sentidos, humano, espiritual e físico.

Não se contente em ser metade, nem permita que o outro assim o seja. Vamos lá! Auxilie-o a ter suas próprias asas, a ser completo, caso contrário o voo será sempre pequeno e sem brilho. Se permanecerem sendo metades não conseguiram voar além dos sonhos para visualizar o magnífico esplendor do amor que aquece a vida.

Seja inteiro, seja pleno, seja intenso… e abrace com energia, beije profundamente, ame intensamente e viva na completude da própria vida.

Um ser inteiro, não machuca, não é vítima nem algoz, é senhor (a) de sua liberdade e consciência, cuida do relacionamento, protege o ser que ama, porque compreende quanto é árduo e longo o caminho da cura.

Um ser inteiro respeita seu relacionamento, porque está pleno e não tem “sombras insatisfeitas” comandando seus vazios e seu íntimo.

Um ser inteiro – ama e deixa-se ser amado – sem medos, sem sombras, sem meias verdades, e se der medo, segue com medo mesmo!

Então, não se permita ser metade. Se não puder ser inteiro, amar… deixa ir… vá…


Não quero metades 
Sou inteiro
Não me falta, parte alguma 
Remendei-me a vida inteira

Tomei conta de mim 
Os pedaços do passado 
Já foram alinhavados 
Deixei para trás

Em remendos acarinhados 
Os guardei, não me desfiz 
Aprendi que remendos 
Também vestem...

Quero costurar momentos 
Com matizes, sentimentos 
No o crepúsculo da vida 
Já, nada mais a esperar...

Só o sentido, que darei a existência 
Quando o amor novamente 
De mansinho chegar 
A minha porta bater

Abrirei, para que possa entrar 
Não mais uma metade 
Para completar-me 
Mas em sentimento inteiro

Para somar, entrelaçar, abraçar 
Terminar a tela... pintar 
Novas vestes a bordar.
Sentimentos a doar.

Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: Tem Gente que é Amigo

“A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa nem medir o que se diz.”George Eliot

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Amigo! Uma singela expressão da vida.

Bem assim! ...
Tem Gente que nos faz tão bem,
Que nos toca a alma de tal forma,
Que só por existir já nos conforta.

E o coração... fica repleto de amor e grato, com sua existência.

Tem Gente que merece nossa amizade,
Que possui alma nobre, olhos bons,
Que vive o bem praticando a generosidade.

E o coração... fica repleto de alegria e paz, transbordando amorosidade.

Simples assim! ...
Tem Gente que, de cada um, o melhor consegue enxergar,
Que fazem questão de expressar,
O quanto são especiais,
Que fazem questão de ressaltar,
As qualidades nada triviais,

E o coração... fica repleto de sorrisos e felicidade, entornando autoestima.

Tem Gente que é quase um irmão,
Que fala pelo olhar, sabe te escutar,
Que não sabe te julgar e tem o pé no chão.
Que faz a diferença, te fazendo contente,
Que se vira para estar sempre ao seu lado,
Que é nossa versão melhorada, dizendo sempre o que sente.

E o coração... fica repleto de sinceridade e mansidão, esparramando gratidão.

Amigo… sente o que realmente diz!

Amigo… realmente sabe ser amigo!

Amigo… certo das horas incertas!

E a canção poderia dizer: “Tem amigo que chega e muda os planos da gente e faz a nossa vida caminhar pra frente…”


Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: Tempo… Sinfonia do Recomeço

“Simples assim! A tinta invisível do amor, rompe o espaço no tempo, e rabisca páginas encantadoras de sonhos, e sonho, mantendo a energia da vida, cansado de ir, sonolento de vir, na silenciosa e profunda “fome” de permanecer.” – Dragon 🐉

“A vida é uma infinita dança suave no eterno palco chamado tempo, para apresentação do Eu, do poder de escolha e o caminhar natural da vida, como vento que penetra em nossos cabelos e dá forma a um bonito esvoaçar.” – Dragon

O tempo!

Maestro da experiência vivenciada, da sabedoria construída, da maturidade que chega, afinando os instrumentos no recomeçar do reencontro e, a vida muda, as pessoas se esvaem, se transformam.

No viver da experiência, aprendemos que o tempo é um instrumento afinado, entendendo que devemos utilizá-lo na “orquestra” da vida. Refletimos e percebemos que o importante é dividi-lo com quem caminha na mesma vibração, na mesma sinfonia, desenhando na partitura, da vida, as notas musicais que completam o magistral “sonho real” de viver, amar e dedilhar os acordes da felicidade…

No viver da sabedoria, descobrimos que o desconhecido pode ser algo maravilhoso, quando nos permitirmos construi-lo corajosamente e inteiramente na integridade de nós mesmos, compreendendo que não existe mais tempo para rebeldia, tropeços, enganos, ilusões…

No viver da maturidade, desejamos a verdade, o melhor, a realidade, a harmonia musical dos instrumentos. E, se o tempo nos oferecer uma nova partitura, apontar desafino, novas melodias, então, mudamos o instrumento, a afinação, a música, respeitando a exuberante sinfonia do amor na arte de viver, amar e recomeçar…


Fico a refletir 
Na magistral orquestra da vida
Na leve e doce sinfonia sonhada
Sentindo o fluir 
Da energia musicada
No tempo da vida.

Vivo inteiramente 
Uma vida intensa 
No simples lapso do instante
Experimento no momento
A infinita eternidade 
Sem vivenciar a nostalgia.

Sou intenso e inteiro 
Na integridade de ser 
Da partitura orquestrada
Na oportunidade ímpar
Da sinfonia sonhada 
Reencontrar no tempo 
O equilíbrio harmônico 
Do amar e desejar.

Na experiência musicada
Na sabedoria entoada
Na maturidade do tempo
Pelo silêncio orquestrado
Tendo tudo a aprender
Nada a dizer
Afinar o instrumento
Reencontrando na alma 
O caminho do amor.

Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: A Coragem de Ser

“Os mais corajosos são claramente aqueles que tem a visão mais clara do que está diante deles, tanto a glória quanto o perigo… e, mesmo assim, vão ao seu encontro. ” – Tucídides

“E eu sei muito bem o que é isso. Só existe coragem quando há escolha a se fazer.” – Dragon 🐉

Dragon sabe quem eu sou. Sim! Dragon sempre soube!

Venho rabiscando teus traços ao longo destes anos e confesso: a cada dia que passa, percebo estar longe do esboço final. Os traços delineados são incompletos e modelam apenas um contorno refletido das aparências momentâneas. O quadro não pode ser pintado em seu esplendor. Faltam inúmeros rabiscos, traços e tonalidades, a refletir a integridade observada, na exuberância exposta de uma realidade ilusória.

Somente a Phoenix, com coragem e ousadia, pode pegar a lapiseira invisível do amor, da verdade, da realidade – sobre si mesmo – e traçar os rabiscos que faltam com as cores da coragem. Ainda que as cores sejam grosseiras, os rabiscos imperfeitos ao extremo, e os traços fortes e escuros, refletindo momentos de dores, medos, inseguranças, sem eles não há inteireza na lisura da imagem refletida. Qualquer tentativa do Dragon em preencher os espaços internos, ainda vazios do contorno visível e desenhado, resultaria em deformar com intensidade absurda a imagem da realidade.

Meus pensamentos me remetem a visualizar um roseiral em meio a um matagal de ervas sufocantes, daninhas que roubam a energia, o perfume e o brilho dos botões em florescimento, ofuscando toda a beleza e esplendor das rosas. Ainda assim, o jardineiro consegue visualizar o despontar do brilho, o leve aroma do perfume, a tímida energia por entre tantas ervas daninhas a rodear e sufocar o magistral roseiral. Entretanto, o jardineiro também precisa enxergar na escuridão os espinhos escondidos por entre os caules e folhas do doce roseiral.

Todo roseiral carrega em si os espinhos! Aonde estão os espinhos?

É preciso vê-los para não machucar a roseira. Para não os arrancar. Eles são parte, da rosa em florescimento, e a complementam, no contexto do jardim em criação. É um todo. É preciso enxergá-los para não machucar o jardineiro. O jardineiro sabendo que eles existem e onde estão saberá chegar ao delicado botão, rompendo o matagal de ervas daninhas, e aquecê-lo, protegê-lo das intempéries da vida. Então, o roseiral se transformará em um lindo campo repleto de verdadeiro brilho, de inteira beleza e “energia única e indivisível”, perfumando todo o campo. Seus espinhos? Continuarão completando toda a beleza audaciosa da rosa. A diferença? Agora são visíveis e não machucam, não causam dor, são caminhos para o encontro da luz que aquece e vivifica em plenitude.

Flores e espinhos são belezas que crescem juntas, não queira uma só, eles não sabem viver só…

Os espinhos são os rabiscos escondidos, omitidos, não desenhados, que delineiam a real imagem da Phoenix, refletida no quadro esplendoroso da vida e não apenas o contorno ainda inacabado das aparências, proporcionando ao Dragon bem mais que reconhecer intensamente, mas conhecer na inteireza e integridade da completude a verdadeira Phoenix.


“…Sempre que dois amantes se encontram, na verdade são quatro vozes que conversam. Os dois seres visíveis têm uma relação muito diferentes dos dois seres invisíveis. Eles podem estar discutindo violentamente no plano físico, mas suas almas estão em paz, e querendo se aproximar mais uma da outra…”. 14 de abril de 1922 (DM) – As cartas de amor do profeta – by Paulo Coelho

Só há um caminho possível para que as almas estejam em paz e se aproximem ainda mais, e quiçá, tornando-se uma: a verdade! a integridade!

Onde você não puder ser você mesmo, não se demore, pois é melhor simplesmente não ficar. Porque ser fiel a sua própria identidade, valores e dignidade requer ser forte no coração e corajoso nas decisões. No fim das contas, a vida já é muito complicada para que os outros apaguem nosso valor, nossa alegria, nossa autoestima. Não podemos nos permitir encaixar em espaços e dinâmicas que não combinam com a essência de nossas almas. As almas não conseguem se entrelaçar verdadeiramente, no redemoinho da paz, em uma tempestade de energias deletérias e não podemos permanecer onde as energias e as emoções negativas destroem a intimidade do momento de amar.

As mentiras não consolam, nem as meias verdades, menos ainda as inteiras aparências. É preferível a verdade, mesmo que doa. Mesmo que parta a alma, porque pelo menos seremos livres para tomar o caminho que desejarmos, em paz para realizar a escolha e curar as feridas com o tempo.

A mentira faz prisioneiros e nos condena a manter vidas vazias, falsas e carentes de autenticidade.

Sem dúvida, todos nós sofremos com os comportamentos e as atitudes daquelas pessoas que dizem que nos amam, mas que colocam um véu sobre nossos olhos, enquanto repetem que tudo está bem. Que não está acontecendo nada… Assim, a decepção ocasionada nem sempre vem pelo fato de que nos esconderam determinada realidade, o que nos decepciona é que, em determinado momento, pensaram que não “merecíamos” conhecer a realidade, a verdade, nos apresentando uma miragem . Quando somos íntegros na consciência da realidade, carregamos a verdade na alma, permanecendo límpidos diante dos olhares. Nos mostrando como somos e isso pode dar medo, mas é o única e verdadeira atitude que podemos, ou melhor, devemos ter quando escolhemos caminhar acompanhados.


Cláudio Cordeiro 🐉