“A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida. Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito. É no vazio da jarra que se colocam flores.”
Rubem Alves
… e nós encontramos no vazio de um silencioso momento almejado o caminho perdido de nós mesmo.
Dragon 🐉

Em sua cova iluminada apenas pelo brilho do olhar, Dragon, sintonizava os pensamentos com a bela Phoenix. A distância! Que importa! Juntos e conectados estavam.
Deitado na maciez da aconchegante pedra marrom, as palavras sorviam facilmente por temas diversos. Falavam de tudo e tudo sentiam. Vivenciando cada pequeno sentimento e momento apresentado. Trabalho, sonhos, vida e desejos… alegremente pulavam de um a outro assunto.
E na intensidade do instante a respiração se torna ofegante, os batidos do coração estão sintonizados numa hipnose fantástica de volúpia. Dragon enlaça os pensamentos mais secretos da Phoenix, e no suspiro de um segundo adentra o ninho repleto de desejo, para enamorarem noite adentro. A sensualidade das palavras e o arder do sentimento reduzia o agora – o espaço e o tempo – na doce noite de prazer.
Sutilmente, Dragon conduz a inebriante Phoenix por caminho construído com as cores do arco-íris, iluminado por vagalumes perfumados de felicidade, até pequeno Parque, de frondosas árvores, belo e majestoso lago rodeado de flores lindíssimas e incontáveis sons, onde a natureza produziu majestosa clareira repleta de grama macia e flores do campo.
No esplendor desse cenário o prazer sem fim apoderou-se dos amantes em inconfessos desejos. E a noite se fez escura acompanhada de intensos clarões dos relâmpagos e estrondos dos trovões. Ali em meio a relva verdejante, sob a bolha do amor, os inocentes e distraídos amantes, estavam protegidos em cada movimento de sensualidade e devaneio.
O prazer foi sentido no toque de amar. O toque sentido na pele, no balanço frenético dos corpos e percebido no perfume exalado no instante mágico do êxtase. A volúpia do desejo se fez permanente em cada movimento, em busca da insustentável leveza do amor, numa explosão de sons que cantavam o infinito clímax em regalo (isso mesmo… indescritível sensação descrita. Tente sentir).
Em suas asas esplendorosas, Dragon segue com a Phoenix. Adormecida e extenuada, deita-a suavemente em seu ninho acolchoado e avermelhado.
Dragon fecha os olhos – navega no espaço e tempo – da Cova fica a observar…
O Ninho é invadido pelo vento que sopra forte a assobiar – uma cantiga doce e prazerosa – trazendo a suave chuva como orvalho a gotejar. A Phoenix inundada pelo suspirar faz do Ninho a bela pira a se queimar… enfim, Phoenix, renasceu do fogo ardente – da pira de palmeiras – em meio a notas musicadas de infinita beleza lançando o estonteante “Som do Coração”. O mais suave e doce ruído a ecoar do Ninho para a Cova…
Rápido, ligeiro…
Leve, meigo…
Encantador, surpreendente…
Escorregou baixinho, com tom de medo, pela gretinha aberta – no escorrer do orvalho no momento de prazer sobre a relva – do coração. Ecoando forte pela natureza – promovendo indescritível sensação de amor – foi conduzido pelo relâmpago iluminando o infinito momento de ser sempre agora escutado na percepção do Universo.
O Som do Coração foi assim…. A canção do amor que chegou 🐉💙🔥
“Eu não sei, não sei dizer Mas de repente essa alegria em mim Alegria de viver Que alegria de viver E de ver tanta luz, tanto azul! Quem jamais poderia supor Que de um mundo que era tão triste e sem cor Brotaria essa flor inocente Chegaria esse amor de repente E o que era somente um vazio sem fim Se encheria de cores assim Coração, põe-te a cantar Canta o poema da primavera em flor É o amor, o amor chegou Chegou enfim" Vinicius de Moraes
Cláudio Cordeiro

Você é a canção de toda transformação!