Reflexão: Indiferença

indiferença

A indiferença chega a um relacionamento amoroso de forma suave, mas implacável. É um silêncio amargo onde habita a incerteza, a nostalgia do que antes era cotidiano e cúmplice e que agora faz falta. Porque o contrário do amor não é o ódio, e sim esse sentimento capaz de nos quebrar em mil fragmentos chamado de indiferença.

Os relacionamentos “morrem” por muitas razões; sabemos disso e não há dúvida de que todas implicam uma grande carga de sofrimento para a qual ninguém está preparado. Contudo, poderíamos dizer que é precisamente esse vazio, essa atitude passiva e fria da outra pessoa com relação a nós mesmos o que costuma criar mais desespero e ansiedade.

O amor costuma ter três inimigos: a indiferença, que nos tira o ânimo pouco a pouco, a indecisão que nos impede de avançar, e a frustração que acaba com tudo em um segundo.

Cada um de nós pode reagir de uma forma diante a uma rejeição ou uma traição, mas… Como enfrentar o vazio emocional da indiferença? Não é fácil, por isso sempre procuramos encontrar uma razão, um porquê desse distanciamento afetivo, embora na verdade nem sempre exista um motivo para o fim do amor. Ele se sufoca como um sol crepuscular que fica sem vitalidade…

O casal, como todo ser vivo que precisa de alimento vital, precisa reforçar a sua estrutura, o seu relacionamento. Tudo isso por meio desses rituais cotidianos cheios de cumplicidade, nos quais se encontram os gestos que nos conectam, as palavras que nos levantam, as carícias que nos reconhecem e espaços comuns habitados por uma proximidade física e emocional necessária.

Agora, às vezes, quase sem saber por quê, fazemos uso do silêncio ou da não intervenção delegando ao outro para que o faça, diga ou aja. Começamos a dar por certos os sentimentos e inclusive as respostas a perguntas que já não mais fazemos. Pouco a pouco as pequenas coisas passam a ter prioridade e os aspectos principais ficam descuidados.

Se vamos falar de um especialista em relacionamentos amorosos, é quase inevitável não falar de John Gottman e a sua teoria dos “4 cavaleiros do apocalipse” sobre as razões que levam o relacionamento para o abismo do distanciamento.

Você não vai estranhar saber que entre estes pilares, além das críticas, o desprezo e a atitude defensiva, está também “a indiferença”, essa conduta evasiva que olha para o outro lado e que cria grandes abismos de incertezas. Tudo isso, todo esse vazio emocional e frieza afetiva gera sérias consequências que devemos conhecer.

  • O amor entre duas pessoas precisa da segurança de certos afetos e certos costumes com os quais sustentar o próprio vínculo.
  • Quando nossas expectativas sobre esse vínculo deixam de ser atingidas, aparecerão a incerteza e a inquietude. Duas dimensões frente as quais o cérebro irá reagir com estresse e ansiedade emocional.
  • Quando deixamos de receber essa retroalimentação emocional, esse intercâmbio sutil e perfeito onde as respostas do outro nos reafirmam e fortalecem, ficamos “paralisados”. Nos mantemos à espera, aguardando que a situação mude, uma coisa tão desgastante quanto destrutiva.
  • Se cometemos o erro de interpretar a indiferença como uma coisa que “nós mesmos provocamos”, perdemos ainda mais o controle da situação. A autoestima cai e chegamos a uma estado de impotência muito perigoso.

Um relacionamento amoroso se mantém sempre e quando existir satisfação pessoal ao mesmo tempo que reciprocidade. Se nos sentimos bem, seremos capazes de investir no outro porque damos o mesmo que recebemos. No momento em que esse círculo harmonioso de reciprocidade se quebra, afeta imediatamente a qualidade do compromisso, a paixão e a intimidade. Basta que um seja indiferente para causar o sofrimento. De nada vale esperar que as coisas melhorem, de nada serve criar falsas esperanças. É preciso agir.

Às vezes basta fazer pequenas mudanças, chegar a acordos para quebrar a rotina na qual caem os relacionamentos de vez em quando. Qualquer esforço para salvar o relacionamento é válido. Contudo, se formos plenamente conscientes de que não existe amor ou de que essa situação traz mais sofrimento do que felicidade, será preciso colocar distância.

Não vale a pena ser cativo do desamor, dos sonhos abandonados de dois estranhos que deram de tudo e que no fim das contas esse tudo deu em nada. A indiferença dói e nos tira do rumo, mas o tempo a cura sempre e quando formos corajosos para nos afastarmos quando ela chegar, quando ainda formos capazes de lembrar que precisamos cuidar de nós mesmos.



Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: Amor que Liberta

“O amor não é olhar um para o outro, mas sim olhar os dois na mesma direção.” – Antoine de Saint-Exúpery

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Lenda Sioux – Amor entre Touro Bravo e Nuvem Azul

Conta uma velha lenda que, uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas até a tenda do velho feiticeiro da tribo.

– Nós nos amamos e vamos nos casar, disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã… Alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos… Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

– Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada… Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte… e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, continuou o feiticeiro, deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada…

No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco. O velho pediu, que, com cuidado, as tirassem dos sacos… E viu que eram verdadeiramente formosos exemplares…

– E agora o que faremos? Perguntou o jovem. Nós as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne?

– Perguntou a jovem.

– Não!

– Disse o feiticeiro. Apanhem as aves e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro… Quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres…

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

E o velho disse:

– Jamais esqueçam o que estão vendo… Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão… Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro… Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados…

O amor, quando legítimo e verdadeiro, cria asas e quebra correntes, possibilitando o voar juntos na liberdade da confiança, do respeito e do amor mutuo.

O amor é um tesouro que quanto mais se divide mais se multiplica. O amor se expressa como sentimento que se expande, esparramando paz, alegria e harmonia. O amor é o sentimento que nos habita e move em direção a nós mesmo. O amor é arte sublime que gera as possibilidades de ser feliz e grato a vida. O amor preenche, torna inteiro o que já era completo.

Seja inteiramente livre e ame intensamente, pois o ato de amar é sublime gerador de vida em abundância.

SOMENTE O SER LIVRE e consciente É CAPAZ DE AMAR EM PLENITUDE



Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: E a Vida…

“As páginas do livro da vida podem ser escritas, coloridas, rasgadas, amassadas, picotadas… A escolha do que fazer, do como fazer, e porque fazer e se fazer, pertencem a cada um.” – Dragon 🐉

A vida é uma dádiva de alegria, que devemos receber com entusiasmo e auto-realização.

A vida está na expressão do eu interior. Sem a expressão de nossa essência, do que realmente somos, com medo do olhar que nos circunda, receando os tropeços, nos tornamos uma sombra em meio a floresta escura da noite, sem alegria, e vivendo uma vida vazia, sem intensidade.

A vida é um grande livro que deve ser escrito com as tintas da sinceridade, da lealdade, do amor, da harmonia, da gratidão e do prazer, ainda que sabedores da imperfeição que nos acomete em diversos momentos, provocando decepções, mágoas e rancores. Precisamos assumir nossa responsabilidade perante a vida e as pessoas. Assumir que somos, em nossa essência, imperfeitos é assumir a possibilidade de tropeçarmos, embolando os passos durante a caminhada. O tropeço, o embolar dos passos é a lição do momento. Assim, a vida nos convida ao entendimento, ao aprendizado e, consequentemente, ao encontro de nossa essência, estimulando-nos à conquista de novos níveis de paz e felicidade.

A vida, como vento, segue uma estrada própria e cabe a nós descobrirmos como caminhar – sem tortura, cansaço, e desperdício de vida – em uma direção que favoreça o suave esvoaçar dos cabelos, dando a verdadeira sensação de florescer, reflorestar, de certeza e continuidade… Há caminhos que nos são impostos pelo vento e, na nossa maleabilidade, conseguimos nos adaptar e continuar na estrada. Mas naquilo que só cabe a nós, é de nossa vontade virar a cabeça mudar a direção e nos guiar rumo ao que desejamos. No fim, a vida pode ser suave na conjunção do esvoaçar gostoso do vento e a deliciosa sensação de ter liberdade para escolher, basta que saibamos enxergar como promover essa dança, essa suave dança, que envolve a nossa existência e nossos desejos.

A vida é um poema de beleza infinita, cujos versos são constituídos de propostas de luz, escritas na partitura da Natureza, que lhe exalta a presença em toda parte. Em consequência, a oportunidade de vivermos intensamente, plenamente constitui uma sinfonia a parte de encantamento e conquistas, mediante cuja aprendizagem vamos nos aperfeiçoando e alcançamos os paramos da realidade. Para se viver intensamente é preciso ser o mais fundo de si. Viver o mais intimo de si é estar pleno, intenso e inteiro. É se colocar em cada gesto, em cada expressão ou anseio. Se existe um compromisso ao qual nós devemos nos entregar de corpo e alma este é o compromisso de sermos o que somos.

A alegria, pois, de viver, deve ser parte ativa da busca de nossa essência, de quem somos. Um fruir de toda magia existente no painel Universal, retirando as maravilhosas concessões de completude que pairam ao alcance de todo aquele que deseja elevar-se, livre de tormentos e de amarras com o passado.

A vida é uma floresta infinita, e invariavelmente, ao desbrava-la, nos apresentamos tristes, ansiosos, violentos, com medo, assinalados pelas imperfeições morais e traumas que carregamos das atitudes e ações transatas, dos compromissos mal vivenciados, das realizações desastrosas, transferindo de um para outro momento a oportunidade de alcançarmos a clareira iluminada pela paz, alegria e amor. Para tanto bastaria optarmos, nas soluções das dificuldades e desavenças, pelo caminho de “dentro para fora”, a contributo de esforço bem direcionado. Em todo lugar há sol, vida e harmonia convidando à paz e à participação em um desbravar com passos equilibrados na floresta da felicidade.

Cabe a nós escolhermos se queremos viver sendo o protagonista da nossa vida ou observá-la como um espectador. A primeira opção vai nos aproximar do amor, da vida, a segunda do papel de vítimas. Depende de nós. Todas e cada uma das nossas decisões deixam marcas que vão construindo o caminho. Não é possível viver o detalhe da vida e seus momentos rasamente, se é para ser, tem que ser na profundidade do próprio sentimento e da presença que cultiva e aduba a vida.



Cláudio Cordeiro🐉

Poema: Beijar-te assim…

“O beijo é uma estrofe que duas bocas rimam na poesia do desejo. Então, beije-me…” – Dragon 🐉


Imagino beijar-te assim ...
No silêncio do ardente desejo,
Tua alma desnudar,
Na intensidade do beijo,
Caminhar em ti suavemente,
Dos lábios aos pés conduzindo,
Seu corpo ao prazer,
Sua alma ao delírio,
Sorvendo, de ti, o amor,
Ao beijar-te assim.

Desejo amar-te assim ...
Apaixonado, inteiramente louco,
Na intensidade que merece,
Senti seu corpo tremer,
Sua alma estremecer,
Inteira vibração,
Viver essa paixão,
Intenso desejo,
Ao amar-te assim.

Desejo sentir-te assim ...
Nua, suada, colada e molhada,
Seu corpo definido,
Exibindo a harmonia das curvas delineadas,
Perfeitamente encaixada,
Na blusa entreaberta,
Na saia levantada,
Pela brisa molhada,
No mágico momento,
Ao sentir-te assim.

Que sejamos assim ...
Corpos molhados e ardentes,
Com a chuva a nos banhar,
Com o sol a nos abraçar,
E no piscar do olhar,
Nos deixarmos levar,
Na sinfonia do beijar.

Aprendizes na arte do amar,
Saberemos vivenciar o desejo,
De mãos falando suas próprias línguas,
De línguas expressando suas íntimas intenções,
De intenções com sentimentos que escutam,
Sons de versos em beijos molhados, envolventes,
De almas desnudas no instante de amar.

Dragon 🐉


Cláudio Cordeiro 🐉

Momento: Depois de Algum Tempo…

“É importante não perder de vista as coisas que te encantam, pois ali há um pouco da tua essência”.

Depois de algum tempo… aprendemos

A construir todas as nossas estradas no hoje, para caminhar agora.

A diferença, a sutil diferença, entre caminhar junto e apenas seguir.

Depois de algum tempo… compreendemos

Que amar não significa apenas seguir, mas seguir inteiramente.

Que leva tempo para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la.

Que existe a sua verdade, a verdade do outro e simplesmente que existe “a Verdade”.

Que não importa o quanto você valoriza, algumas pessoas simplesmente não valorizam.

Que não importa o que se tem na vida, mas quem você tem na caminhada da vida.

Que pior do que a convicção do não e a incerteza do “talvez” é a desilusão de um “quase”.

Que o valor das relações não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que aconteceram.

Que o tempo é o tempo do Universo, o tempo de Deus e não o “seu/meu/nosso” tempo.

Que o tempo cuida fazer sentir o silêncio no calar da saudade.

Depois de algum tempo… precisamos

De um abraço que amplia o sentimento no caminho.

De um beijo que adoça os lábios fazendo seguir.

De um cheiro que perfuma o relacionamento no amar.

De uma voz que fortalece a sintonia da confiança.

De um momento que cria sinergia intensa e inteira.

De um corpo em movimento que aqueça a alma

De um olhar que acalenta a vida na arte de amar no tempo, pelo tempo e apesar do tempo…

De um momento, um reencontro…



Cláudio Cordeiro 🐉

Momento: Ausência Assimilada

“Inutilmente a tua imagem chega ao meu encontro

E não me entra onde estou que somente a mostro

Tu, se te virasses para mim só poderia encontrar

No muro de meu olhar a tua sombra sonhada

Sou aquele infeliz comparável aos espelhos

Que podem refletir mas não podem ver

Como eles meu olho é vazio e como eles habitado

Pela ausência de ti que faz sua cegueira” – Lacan

É na ausência que refletimos na importância e valor do tempo sem presença,

É na ausência que percebemos a necessidade da ausente presença por vezes,

É na ausência que aprendemos a respeitar o tempo sem presença,

É na ausência que revivemos a maravilhosa arte do reencontro,

É na ausência que compreendemos o momento da indiferença,

É na ausência que sentimos a força imensurável do amor verdadeiro,

 É na ausência que nos fazemos ainda mais intensos em nossa simples expressividade,

É no amar incondicional que compreendemos a necessidade, que se fez maior que o próprio momento, de vivenciar o agora, no assimilar da ausência necessária.


Ausência

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.”

Carlos Drummond de Andrade


 


Cláudio Cordeiro – Dragon 🐉

Reflexões: A Flor de Lótus

“As pessoas mais belas com as quais tive a oportunidade de me encontrar são aquelas que conheceram a derrota, conheceram o sofrimento, conheceram a luta, conheceram a perda e encontraram o seu jeito de sair das profundezas.” – Elisabeth Kübler-Ross

Passeando por seu imenso jardim, Dragon parou defronte pequeno lago, onde semeará inúmeras sementes. Eram sementes da Flor de Lótus. Enquanto observava o desabrochar de tão bela flor, seu pensamento embarcou em profundas reflexões sobre o simbolismo desta encantadora criação divina.

A flor de lótus implica uma metáfora esplendorosa de como existem pessoas capazes de dobrar a dor e desdobrá-la posteriormente em forma de serenidade, autocontrole e persistência, representando o poder da resistência psicológica como capacidade para transformar a adversidade em potencialidade libertadora. Ou seja, resiliência, a essência da personalidade resistente. A resiliência é definida como a capacidade dos indivíduos de superar períodos de dor emocional e grandes adversidades.

Há pessoas que são caracterizadas pela sua grande capacidade de resiliência. São precisamente aquelas que têm como arma sua capacidade de se manter à tona diante das dificuldades, e encaram a dificuldade como aprendizado. As pessoas resilientes sabem que a imunidade ao sofrimento é impossível e compreendem que as tempestades que tornam nossos dias mais obscuros também são oportunidades para se superar. Elas se enchem de valor e continuam tendo como caminho prosseguir para crescer, apesar das adversidades. Elas envergam, mas não quebram. Todos temos as nossas próprias batalhas com as quais lidar e os nossos próprios recursos para enfrentá-las de uma forma ou de outra, temos apenas que descobri-los.

De acordo com Zongjing Lu, um clássico da filosofia confuciana, somos incapazes de encarar nossos verdadeiros sentimentos. Entretanto, nosso coração é como a flor de lótus. Quando o cultivamos, nos iluminamos e nossa alma se agiganta diante da vida. À noite, as pétalas da flor se fecham e ela submerge na água. Ao amanhecer, ela se levanta das profundezas escuras e ressurge à superfície, onde abre suas pétalas novamente. A noite escura antecede o dia com a promessa de um novo despertar após o recolhimento necessário. Da mesma forma podemos inferir que as dores que nos fazem submergir em tristezas profundas trazem o fundamento para o reerguimento à superfície. A luz libertadora está sempre à nossa espera, apenas aguardando que abramos nossos braços para então receber sua lucidez. As luminosas pétalas da flor de lótus têm o dom de se “auto limpar”, isto é, elas se purificam de todas as impurezas próprias do ambiente de onde emergiram para florescerem límpidas, mantendo o perfume que adoça o ambiente.

A flor de lótus simboliza o renascimento, o crescimento espiritual e a pureza do coração e da mente. O seu significado começa em suas raízes – literalmente! Suas raízes estão fundamentadas em meio à lama e ao lodo de lagoas e lagos. O lótus vai subindo à superfície para florescer com notável beleza. O simbolismo está especialmente na capacidade de enfrentar a escuridão e florescer tão limpa, tão bonita e tão especial para tantas pessoas. Simbolizando a alma que ressurge da lama e se ilumina na luz do amor, nos ensinando que é possível vivenciar as experiências da escuridão, na estrada da vida, sem nos contaminarmos com o lodo.

Um conhecido ditado oriental diz que: “A flor de lótus cresce apenas no pântano e nunca nas montanhas“, significando que para alcançar esse estado de elevação, é necessário praticar bons atos, ter atitudes responsáveis em meio ao caos momentâneo. É como o caminho do autodesenvolvimento que a cada um compete e pelo qual cada um é responsável. Que possamos aprender com a flor de lótus, nos mantendo límpidos e humanos para enxergar o que importa. E o que importa verdadeiramente na vida é ser justo mesmo na lama. Amar as pessoas não é o único dever que temos. Só quem é capaz de se amar pode amar os outros de verdade. A flor de lótus floresce na lama, mas podem limpar seus arredores. E suas folhas têm o poder de se sacudir e remover a água turva. Não sobram vestígios de sujeira nelas. Tal qual a flor de lótus que se mantém virtuosa, límpida apesar do ambiente sujo, nós também podemos nos mantermos fortes e virtuosos nas inúmeras vezes que somos envolvidos na “lama suja” dos que nos circundam.

Podemos aprender, com o simbolismo desta encantadora flor a sermos capazes de superar as adversidades que surgem pelo caminho da vida, não ficando retido a ambientes e experiências melancólicas ou sombrias, capazes de superar as tendências imperfeitas de nossa personalidade, e transformá-las para se integrarem como forças positivas no magnifico ressurgimento para a vida… límpido, perfumando o ambiente no qual florescemos.


"No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração." - Rabindranath Tagore


Cláudio Cordeiro – Dragon 🐉

Momento: Menina Linda!

“Amar em sua intensidade plena significa entrar em contato com fragilidades e vulnerabilidades que possuímos.” – Dragon  🐉

Ao contrário do que pensam… nem sempre estamos a procura de beleza, de rostos bonitos e corpos sarados, que por sinal há de monte por aí. É fácil encontrar alguém para curtir, fazer sexo, estar uns dias ou simplesmente passar um tempo junto.

Difícil mesmo é achar alguém com papo interessante, ideias e opiniões valiosas que nos faz perder a noção do tempo, nos encontrando no espaço de uma conversa inteligente, madura, sincera, livre (que dá tesão de estar e permanecer) que flui sem precisar forçar.

Cada vez fica mais raro encontrar alguém verdadeiro, com beleza intensa que vem de dentro e inteira a povoar as palavras e atitudes… madura na coerência de ser si mesma, em toda exuberância da alma, do jeito, do charme, do encanto, da paz, da companhia sincera e de todas as horas.

O sabor do sentimento sincero degustamos com pessoas que são o próprio sinônimo de amor, vida e que faz acontecer no peito uma imensa gratidão que vai ao encontro do Universo e nos conduz, capacita a sermos melhores, frutos de um radiante novo momento.

A fragrância da responsabilidade emocional podemos sentir com pessoas que sabem como curar as nossas feridas mais profundas através do singelo olhar, conversa sincera, ouvido atento e abraço gentil.

O calor do compromisso afetivo percebemos nas pessoas que são alívio para o coração angustiado, que é completude quando achamos ter perdido alguns pedaços

O sonho do amor na maturidade do amar encontramos na pessoa que lê os rabiscos mais intensos de nossa alma e retiram de lá poemas inspiradores.


Ferido por tantos espinhos
Tua alma me enxergou 
Teu coração me sentiu... 
Meus olhos a leram, 
Minha alma dançou 
Na melodia do sentimento 
E as mãos caminharam 
Pelo ondular de seu corpo leve e solto...

Acredite! Menina linda!
Que serás raiar de brisa leve,
Faceira, delícia intensa.
Tormentas a me deixar desperto,
Tão certo de ser plena, 
Nas asas de um dragão.

Acredite! Menina linda!
Que serás encanto que encanta,
Faceira, sorriso fácil.
Corpo que brilha e conduz,
Boca que seduz,
No beijo de um dragão.

Acredite! Menina linda!
Que serás, a flor colhida,
No jardim do coração
Faceira, alma inteira.
Plena e verdadeira,
No olhar de um dragão.


Cláudio Cordeiro 🐉

Reflexão: Palavras!

“Que a gentileza seja a faísca que acende o sol da alma, iluminando e movimentando os pensamentos, palavras e atitudes na fogueira do dia.” -The Dragon 🐉

As palavras são tão poderosas e por muitas vezes tão pequenas, “insuficientes”, não é? 

Em uma simples palavra pode estar o mundo, a vida, os sonhos de alguém…

Em uma pequena palavra pode estar o fim do mundo, da vida, dos sonhos de outro alguém…

Interessante é que não nos apercebemos que, uma palavra, pode acabar com um dia, com uma decisão, com um sentimento, com uma história… ou pode dar força, paz, esperança…amor!

Observe!!! Nós conseguimos esquecer, com facilidade, fatos, lugares, roupas, épocas até pessoas, mas as palavras… permanecem em nossa alma a queimar cada fluído de vida e sonhos.

São tão contraditórios, tão imensuráveis os efeitos e sentidos que a palavra podem adquirir, dependendo de como a escutamos ou falamos. Precisamos aprender a ouvir, mas também a expressar (falar), ou seja, como – com qual intenção –  a “usamos” é a “chave”, é a questão! A diferença!  A bênção ou maldição.

Olhar com “olhos do coração” e enxergar além do próprio olhar… Ouvir com “ouvidos do coração” e escutar além das palavras… – Dragon 🐉

Nós já usamos (inúmeras vezes) palavras ruins e boas, e já sentimos de volta o impacto delas. E sabemos que só o tempo pode nos trazer a maturidade necessária para utilizá-las no tempo certo e interpretá-las sem o impositivo do “EU”. E até lá, vamos passar por difíceis e árduas tarefas de aprender a usar as palavras boas, e de lutar bravamente com nossa consciência para esquecer as ruins que já nos disseram ou falamos.

E, com conhecimento de causa, lhes digo que o mais difícil é esquecer… como é ruim. Algumas vezes elas entram dentro de nós e fixam como tatuagens na pele, não saem por nada, elas chegam a mudar quem somos e como vemos o mundo, tiram de nós o brilho de muitos sentimentos puros, nos tornamos uma versão de nós mesmos desgastada e mais rude, grosseira…

Nós estamos repletos de buracos feitos pelos tiros de precisão realizados por elas… as “fatídicas”. Então! O mundo ao nosso redor nos quer de volta, aquele que éramos! Os sentimentos e demonstrações que costumávamos ter! Difícil não! O engraçado é que por muitas vezes as mesmas pessoas que nos “apedrejaram” serão as que vão exigir de nós o melhor… exigir a melhor parte, a brandura na reação, as melhores palavras, o melhor “amor”.

Como somos contraditórios!

Façamos essa análise: quantas pessoas já “apedrejamos” com nossas palavras? Pessoas que amamos muito, ou desejamos amar. E ficaremos nos perguntando quão desnecessário é essa vida que levamos, tiramos, roubamos, extinguimos com nossas pobres e rudes palavras.

Como pode ser diferente?

E tudo está em pequenas palavras, ditas e não ditas, boas e ruins… que podemos dizer mais ou nunca dizer…

Mais… amo você.

Mais… me desculpe.

Mais… como você está?

Mais… vai ficar tudo bem.

Mais… você consegue.

Mais… estou com você!

O menos não precisa ser nem dito… melhor né…



Cláudio Cordeiro 🐉

Momento: Somos um só! Somos Yin e Yang! Lua e Sol!

“Não importa que tipo de portal se abra diante de nós… Mesmo que nossos momentos juntos às vezes nos entristeçam, quero amar incansavelmente… e foi assim que decidi amar o destino que me escolheu. Hoje… e só por hoje. E para sempre. “ – Dragon 🐉

A dualidade de tudo que existe no universo. As duas forças fundamentais opostas e complementares que se encontram em todas as coisas:

O yin – princípio da noite, Lua, a passividade, absorção.

O yang – princípio do dia, Sol, a luz, atividade.


Quando a mágica do amor universal se fez presente 
Seus casulos se tocaram no voo perdido do universo em desalinho
No lapso do instante de um portal que se abre,
Adentrando o infinito do Universo finito
Surgem no princípio do próprio tempo do destino
Dragon e Phoenix!
Água e fogo! 
Passado e presente! 
Presente e futuro! 
Vida e morte! 
Morte e renascimento!

Parecem se conhecerem. 
Deve ter sido coincidência. 
O destino não tem coincidências. 
Ele é inevitável, por natureza. 
Tudo que parece coincidência estava fadado a acontecer,
E o que está fadado a acontecer chama-se destino.
Mas quando se percebe o seu significado, 
É sempre tarde demais. 
Dragon, demorou muito para perceber isto. 
Quando é o destino, não há coincidências. 
O destino é determinado por suas escolhas, 
Mas há momentos em que é o seu destino que lhe escolhe.

Eventos predestinados estão se desenrolando agora mesmo. 
Dragon sentiu uma premonição triste de que vai durar pouco, 
Mas decidiu amar o destino que lhe escolheu. 
Eu te amo. Ainda está fascinado pelo que disse?

Dragon estava destinado a amar a Phoenix.
Phoenix estava destinada a amar o Dragon.
Em toda possibilidade. Sempre...
Sobre e sob a vida
Um não existe sem o outro
Renascer e nascer num contínuo inexplicável
Precisam se lembrar disso.
Necessitam saber o que já lhes pertence.
É o que os conecta.
Quando se lembrarem, se reencontrarão.
Então voltarão ao início, 
Em um lugar atemporal. 
Um portal no instante do destino.

Tudo que se transforma por dentro pode ser visto por fora.
Tudo que se transforma por fora jamais é sentido por dentro.

O tempo é o infinito do momento
Uma única gota d'água retém o pulso do passado, 
Um único momento retém o pulso de todos os tempos. 
O passado e o futuro.
Quem entende o momento entende todo o tempo. 
O tempo e a jornada.

Não se esqueça – Dragon - de que a vida é uma dádiva.
Ela tem infinitas incógnitas. 
Indeléveis sabores.
Inimagináveis estradas – de luz e escuridão.
Só tem uma coisa que pode ser feita a respeito. 
Se render. Sim, é preciso se render. É preciso se render a vida... 
E... Dragon! Viva... é preciso viver.

As pessoas se conectam as outras através 
Do bem ou do mal,
Do amor ou da consciência. 
Se conecte pelo fio do amor, do amor infinito.
Não pela linha da consciência, da consciência em culpa.
Se conecte pelo amor para que o Universo te proteja e cuide.
Ele vai abrir os braços e caminhar junto. 
Não apenas na alegria, felicidade ou prazer. 
Também na escuridão, tristeza e perigo.

Não fuja. 
Não tenha medo. 
Rir e chorar fazem bem. 
Aproveite. Permita o destino te escolher.
E ame o destino que te escolheu.
É a única maneira de compreender a plenitude de cada momento. 
E só então poderá viver uma vida plena.
Não tenha medo de viver e acreditar...
Mais uma vez.

Deixe que o tempo transforme 
Dragon em quem Dragon é. 
E o destino escolha 
Apenas descubra quem Dragon é 
E abra suas asas para a vida. Voe...
Quando fizer isso, sua alma acenderá e ascenderá.
É assim que você se torna um, com você e com o mundo
Com o Universo e todo o resto.
Contanto que você não pare de perguntar.
Nunca se canse de fazer essa pergunta pelo resto da vida.
Quem é você?
You're the Dragon!!!


Cláudio Cordeiro 🐉